quinta-feira, 26 de abril de 2012

A mulher que plantava margaridas


Havia uma mulher que adorava plantar. Ela tinha uma pequena horta, vasinhos com violetas e uma plantação de margaridas. Essa senhora-moça, pois não era tão velha para ser chamada de senhora, nem tampouco jovem a ponto de ser chamada de moça, tinha uma especial atração pela margaridas. Sempre, as margaridas, foram tema de conversas, de defesa de tese, da sua paixão. As margaridas eram flores simples, daquelas que quase todos desenham, muitas gente se diz simpatizante, mas, na hora de presentear e fazer um galanteio a alguém, elas, as margaridas, quase nunca eram lembradas.

Um dia qualquer, a senhora-moça foi atraída pelas orquídeas. Uma vizinha fazia coleção dessa planta, que pertencia a uma classe de maiores famílias do mundo floral. Elas eram exóticas, objeto de estudo, e a preferida entre as 10 plantas para se presentar. As orquídeas, elas sim tinham cores, tamanhos e formas variadas, ganhavam espaço privilegiado nas casas, eram fotografadas e postadas no Instagram; já as margaridas, quando citadas, só tinham a referência da beleza simples e ponto final.

Seduzida pelas orquídeas, a mulher resolveu se dedicar a elas, mas não abandonou as margaridas, só que essas, já não eram prioridade. Não passou muito tempo, as orquídeas, tão lindas e desejadas, se revelaram. Antes de ocupar um belo vaso, elas precisavam sugar os troncos das árvores para ter luz e os nutrientes para seu crescimento. Para se tornar aquela orquídea desejada, só se fosse cultivada in vitro , com técnicas avançadas. A florista ficou atônita, quando uma das orquídeas sugeriu que ela acabasse com a plantação de margaridas, pois elas precisavam de rochas, troncos e similares para se reproduzirem.

Nessa hora, as simples margaridas, que só precisavam ser bem regadas e as pétalas secas retiradas, cresceram majestosamente e se ofereceram para ser a última, mas a mais bela florada. A florista sorriu e percebeu que as orquídeas tramavam uma rebelião, o mais rápido que pode, a mulher pegou uma foice, mas depois largou a ferramenta. Houve uma hora de tensão entre as flores, enquanto a mulher falava pelo telefone. Não demorou muito, chegou um utilitário com dois homens simplórios. Com seus apetrechos, eles arrancaram as orquídeas e as levaram para uma exposição.

Para isso servem as aparentemente belas e mais disputadas, só para ver e ir embora. As simples, mas fiéis estarão sempre florindo seu jardim.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Feliz meuaniversário

Eu poderia definir uma série de coisas nesse meu dia de aniversário, mas uma pessoa muito especial já fez o serviço.
QUEBRE AQUI

sábado, 14 de abril de 2012

Adeus Tibagi

E nessa sexta-feira, dia 13, finalmente nos mudamos para o Ahú-São Lourenço, porque minha rua fica bem no limite dos dois bairros. No processo de encaixotamento, coisas, coisinhas e mais cosiquinhas, uma boa descoberta, tenho muitos e muitos livros e muitos e muitos DVDs; e muitos e muitos CDs.
Ao lado, a sala desconstruída, ficou um homem alado na parede e o resto já está no novo endereço.

E na Rua Tibagi, comecei minha vida conjugal, tive minha filha, virei "rata" de centro, aprendi amar Curitiba, a conviver pacificamente com barulho, e até, me acostumar com a paisagem dos "crackentos" da Comendador Macedo.

Obrigada por tudo Rua Tibagi, agora vou lá para a rua com nome de poeta barroco!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Despedida da Rua Tibagi - Parte II

E no carro, todos os dias, mesmo por caminhos "alternativos" me deparo com a saga do trânsito complicado da Rua Tibagi. Na foto ao lado, paralela ao Passeio Público, começa no Inter, a Tibagi, que exibe o fundão do Teatro Guaíra.
E os biarticulados se acham no direito de cruzar todas as pistas, ai Rua Tibagi!
E se abre o portão para entrar no simpático prédio fino, alto e verde.




sábado, 7 de abril de 2012

Despedida da Rua Tibagi - Parte I

Ontem assistimos a peça Como a Gente Gosta, do Grupo Maria Cutia, nas escadaria da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade. Adoro teatro de rua, adoro feirinha, adoro esse movimento de gente no centro, sem ser para fins comerciais.
Esse post é o primeiro de uma série que seguirá pela semana, dias que antecedem minha saída da Rua Tibagi, que me abrigou desde outubro de 2004. Começarei nova fase, em novo lugar, que serão descritos em outros posts.
Na foto acima, a lua linda, gorda e "menina" como disse minha filha, depois do espetáculo!