terça-feira, 29 de junho de 2010

COMIDA


O assunto do post nasceu da discussão conjugal sobre se deve ou não adoçar o chá. "Açúcar! Isso é horrível sem açúcar!", disparou o marido. E eu, defendendo bravamente que o chazinho estava perfeito sem adoçar. Fiz uma pesquisa breve no twitter e por 3 votos a 2, os internautas decidiram que o chá se adoça. Tudo bem, eu nem gosto de chá, para mim é coisa de gente doente.
Dor de barriga: toma um chazinho de hortelã
Gripe: toma um chá com mel
Estresse: toma um chá de camomila
E assim segue a lista...
Eu tinha essa mesma birra com sopa. Detestava. Até que eu mesma resolvi fazer as sopas. Caldos com substância, canjas de levantar defunto e sopinhas kids deliciosas!
E agora, minha nova empreitada são os pães. A primeira experiência foi boa, a mão pega certinho o ponto da massa. Mas, no último sábado, farinha demais, forno demais e ficou uma pedra. Não desistirei.
Trauma - todo mundo deve ter uma comida traumática, e couve-flor é a vilã da minha infância. Devia ter uns quatro anos, minha mãe fez couve-for à milanesa. Eu já tinha uma enorme no prato. Intacta. Meu pai resolveu pegar a última da travessa e o que a menina aqui fez? Um escândalo, porque queria a tal couve-flor. Pacientemente, papai e mamãe explicaram para a Ronisinha que eu ainda tinha uma couve-for inteira no prato, mas a relutante menina queria porque queria a da travessa também. Dai veio a ameaça paterna "vai ter que comer tudo! a do seu prato e da travessa!" - aceitei o desafio, mas a hortaliça não passava. Como um carrasco, papi fez eu comer tudinho e até hoje nem posso ver uma couve-for que tenho ânsia.
Fases - MACROBIÓTICA - grãozinhos e almoços no Micado (aqui em Curitiba) faziam parte do meu estilo bicho-grilo. Nessa época, uns 17 anos, fazia teatro amador, ouvia dinossauros do rock e usava roupas de bandagem, porém, foi o período que mais engordei. Fora macrobiótica!
JUNKIE FOOD - na verdade nunca fui muito chegada na versão hamburguer, refrigerante e batata frita, mas comia pão e bebia muito. Foi a alimentação básica da vida universitária, bukowskiana e com picos de magra e gorda (inchada na verdade).
DIETA DE MC HAMMER - um dançarino negro que fazia uma coreografia bem legal e sua dieta era a base de frango. Adotei o modelo, quando abandonei o consumo de carne vermelha. Era um saco, sempre levava uma bandeijinha de asinha ou coxinha da penosa nos churrascos de amigos. Nem gorda, nem magra, nem elegante, mas o colesterol!!!!
E hoje, ao discutir com minhas amigas da #confrariatuiteira, onde seria nosso próximo encontro, surgiu a polêmica não tanto do local, mas sobre o cardápio. Eu e a @cdiurno rejeitamos de cara comida japonesa. Eu detesto com a força de um samurai, tuitei. E aproveitei para dizer que bucho e hot dog também não são bem-vindos. Dai a @_CrisRangel aproveitou para registrar que não topa comida mexicana. A-d-o-r-o! Enfim, vamos tomar um café, o velho e bom menino que é bebido de várias formas!
E agora, um chocolate para fechar o post, mas esse é um assunto a ser postado só para ele, outro dia.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Qualquer dia sem TV


No fio da navalha, vou tratar sobre o tema tão debatido, tuitado, blogado, papeado desde o último domingo: o repúdio à emissora global. EU, não acredito na essência do movimento; na vilanice da reportagem; no endeusamento ao técnico da Seleção Brasileira e de que, realmente, brasileiros e brasileiras não queiram assistir o jogo na PLIM!PLIM! porque se trata da provável besta apocalíptica!
Quero ver mesmo, é se o brasileiro fica sem assistir o Jornal Nacional e as novelinhas de gente pelada, traindo marido em cada esquina, recebendo mensagens do além e ditando moda de cabelos, roupas e o pior, de comportamento.
Nessa historinha toda de dimensões titânicas, fomentadas pelas redes sociais e por um desejo sádico de espancar cachorro morto, percebo uma coisa bem triste. A falta de solidariedade com os colegas jornalistas. Nem sou fã dos repórteres envolvidos na questão, mas vejo outros jornalistas batendo palmas num teclado de "bem feito" e me soa sabe o quê? inveja e dor de cotovelo.
Quem já trabalhou em qualquer veículo de comunicação de massa sabe o que é ter uma exclusiva, o que se faz para isso, a relação com fontes, de forma honesta, profissional, é claro. E qual jornalista não gostaria de estar cobrindo uma copa do mundo? Céus! Isso é realidade!
Eu também já levei cacetadas públicas de entrevistados cuja posição social era de destaque, e sempre me resolvi com eles. Nesse episódio não tem vilão nem mocinho, porque houve arrogância dos dois lados! #prontobloguei

Em tempo: e que tal um dia sem ligar a TV. E em vez disso, ler um livro, passear pelo seu bairro, conversar com um amigo ou até dormir. Você pode!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Foi o que eu ouvi


Foi o que eu ouvi enquanto estava na fila do supermercado. Ressalto que, por força da atividade jornalística, tenho uma audição aguçada e uma curiosidade quase indomável, então a historinha foi essa.
- Oi! (voz feminina)
-O- i! (respondeu a masculina). Ah! é você! Não te reconheci de cabelo preso. Sabia que você ficava melhor assim. Quer dizer, você também é bonita de cabelo solto.
Não ouvi nada da mulher e os dois, atrás de mim e eu imaginando como eram as figuras.
- Como vai teu filho? (perguntou o homem)
- Bem. Você tem ido na Neide?
- Sim, sempre corto o cabelo lá, mas você está diferente. (insistiu o homem)
- Perdi 10 quilos (disse a mulher)
Nesse momento eu tive que olhar. Ela era magra, ou estava magra, cabelos longos pretos, casaco de lã preto. Tanto pode ter 40 ou 30 anos.
- Lembra quando eu trabalhava perto da loja ali da feira? Pois é, comia naqueles restaurantes comida gordurosa. Agora lá onde eu trabalho, não tem nenhuma lanchonete, passo fome. (detalhou a mulher)
- Ah sei! (falou o rapaz, olhar esquisito, cabelo raspado, esquisito 100%). Eu tô indo lá. Vai ter uma palestra sobre "não sei o quê" místico. Conheço todos os "palestristas".
- É bom. A gente aprende cada coisa, mas estou muito cansada (justificou a mulher)
De repente, a conversa fica sussurada.
- Você precisa ir lá conhecer um homem bom. Eu conheço um senhor de 70 anos, viúvo, de boa aposentadoria, filhos e netos encaminhados..(o homem dando a dica)
A mulher riu, perguntou novamente sobre os filhos do viúvo e murmurou que não sabia se iria.
- Vai lá sim! Tem café e chá de graça (insistiu o homem)
- Próxima! Chamou a caixa. Eu fui com a cestinha de compras e nem olhei mais para trás, interrompendo bruscamente a audição desse papo tão estranho.

Mais sobre histórias de supermercado AQUI

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ela quase conseguiu


Irmã Erminda. O nome da freira que quase conseguiu me fazer acreditar que era totalmente incapaz de desenhar. Uma das grandes responsáveis pela minha relutância na educação em instituições onde haja freiras e padres. Culpada sim, pelo trauma que me causou durante anos a fio, onde me afastava de tudo o que exigisse lápis, tintas, esboços, mesmo que fosse por pura brincadeira.
A dita cuja Erminda era alta, magra e de nariz empinado. Usava óculos de aros finos de armação metálica dourada. Unhas perfeitamente cortadas e um andar altivo. Lembro dela a partir da 6ª série do Colégio São José do Abranches, onde fiz o antigo ginásio.
A tarefa - Fazer um quadro com gravuras de um cartaz com temas variados, vendidos na própria escola. O modelo escolhido por mim foi bem menininha. Uma garotinha desenhada num campo de flores com baldinhos e outras frescurinhas. Esse "cartaz" tinha que ser colado na moldura de madeira, que por sua vez, deveria ser maior que o tamanho do papel. Com uma técnica crítico-paranóica, cortar com estilete as beiradas do papel restante. Pintar as laterais da moldura e tacar um verniz por cima da gravura.
Tudo foi seguido passo a passo. Porém, houve uma acidente de percurso. Deixei o quadro secando ao sol e a moldura de madeira "empenou". Lógico que fiz o trabalho no dia, lógico que não havia tempo de comprar outro cartaz, lógico que chorei, lógico que minha mãe me acalmou e disse para eu explicar o que havia acontecido.
Na sala de aula, na frente de meus 30 coleguinhas, a Irmã Erminda pegou o quadro, analisou todos os lados e eu explicando timidamente o que havia acontecido, ela se manteve indiferente e PÁ! quebrou o dito cujo ao meio. Falou em alto e bom tom que era o trabalho de Educação Artística mais feio que já tinha visto na vida. Eu, com 11anos de idade quis morrer e como Tommy (da ópera rock), me tornei cega, muda e surda para qualquer manifestação das artes plásticas.
Essa mesma Irmã Erminda me detonou numa escultura em gesso, colocando por conta própria, betume na peça, que ficou parecendo um cocô. E para completar o rol de humilhação, expôs o cocozão na amostra de fim de ano na escola. Todos acreditavam no que aquela mulher de Deus me tornou: um desastre nas artes. "Ela é boa mesmo em Português, Biologia, Inglês, tem letra bonita, é disciplinada, mas falou em desenhar, pintar, esqueça!" - esse era o mantra do inconsciente coletivo.
Isso tudo quer dizer que, passei minha adolescência, juventude e balzaquianismo sem me atrever a desenhar, e quando o fazia, já apresentava as desculpas de não ter jeito para a coisa e a mesma vergonha que passei naquele dia, na sala de aula, com a Irmã Erminda, voltava à tona.
O gelo foi quebrando quando minha sobrinha Manu, com três anos, me pediu para desenhar a Madelaine. A animação passava na TV e no papel comecei a rabiscar. Fico perfeita! E ela vibrou com a tia que sabia desenhar. Nos dias subsequentes foram desenhadas Hello Kittys, Turma da Mônica, Meninas Superpoderosas e uma série de desenhinhos. Foi dada uma pausa. E agora, com minha filha Alice, voltei a desenhar com giz de cera, aquarela, lápis, caneta, mais empolgada que a criança. Meu traço é a mão livre, copiado de um modelo, mas estou começando a me aventurar a fazer os desenhos próprios, minha leitura particular de uma borboleta, flores, bonecas e quem sabe, da Irmã Erminda em gesso!

sábado, 5 de junho de 2010

Drops - foras de Ronise


Bem, já citei meu lado Bridget Jones de foras e situações tragicômicas. Como faço a linha anti-heroína, ou seja, o meu final não é bem o dos clássicos de "felizes para sempre", para agitar meu sábado de raro momento solitário, drops dos meus foras mais relevantes dos últimos tempos.
JUDEU - Há séculos sem ver uma amigona minha, que durante o período havia casado e estava com bebê recém-nascido, vou visitá-la. Conhecer o marido e o filho. Estou longe de ser a das mais tímidas, mas sou educada e fico estudando o terreno antes de mostrar as garras. Depois de uma tacinhas de vinho e conversa animada na cozinha, me atrevo a contar uma piada. Uma daquelas únicas que a gente lembra e acha que é super engraçada, só porque quando ouviu, quase fez xixi nas calças. E lá fui eu contar piada de judeu, forno, aquelas coisas. Terminei a piada, gaguejando em risos e o silêncio se fez. Minha amiga com uma xícara de café na mão e o marido dela "eu sou judeu", checado depois pelo sobrenome. O que eu podia fazer? Pedir desculpas? Não! Disse que tinha uma de japonês que era bem melhor e assim o gelo derreteu.

GRÁVIDA 1 - Animadíssima com minha gravidez, fui na C&A do Shopping Müeller e comprei um vestido, não de grávida é claro, mas de numeração 44. Não tinha com quem compartilhar a prova, dai, vi uma mulher no corredor e rodando com a roupa perguntei "você que também é gestante ficou bom?" - a mulher deu um riso amarelo e disse que não esperava bebê (céus! e o que era aquela barriga proeminente?)
Aproveitando a animação emendei "ah! mas dá tua opinião assim mesmo!" - ela deu.

GRÁVIDA 2 - Vizinha de longa data estava grávida e quando a vi, imaginei que estava quase parindo. "So, para quando?" ela me olhou com toda a raiva do mundo e despejou "Minha filha (...) já está com 5 meses". Bele, mas o que era aquela barriga, eu não tenho culpa, só uma língua!!!!