quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Uma "pedra" no meu caminho


Não sou afeita a histórias de cunho sexual particular, porque nesse quesito sou discreta, mas, enfim, inspirada pela indicação de um link tuitado por Paula Schutze sobre Os cinco piores lugares para se transar, me recordei de uma situação bem Ronise!
Naquela fase em que o namoro é tesão puro, estava com Kako na Ilha do Mel e um casal de amigos. Futura cunhada e um amigo acompanhavam. Calor, cervejas, fazedores de cabeça e muito rá, rá, rá formavam a noite perfeita. Saimos de um barzinho e seguimos numa trilha, que o amigo da cunha conhecia como a palma da mão. Só que naquele dia, esqueceu de lavar a mão, mas beleza, a gente ria à toa mesmo e se embrenhava no matagal, guiados apenas pela luz da lua. Urru! aventura!
Chegamos na prainha prometida. Astral nota 10. Chuá, chuá, das ondas, dava até para perceber um brilho azulado do céu, apinhado de estrelas. Nos acalmamos, sentamos na areia, poesia pura, beijos...
Para quebrar todo esse cenário de novela global, a Ronise aqui mira umas pedras gigantes na areia. "Gente, olha que pedra louca ali no meio da areia". Todos olharam e começaram a rir. "Não é pedra, é um casal transando". "Lógico que não! Vejam só (e eu contornando o formato da pedra com as mãos) é uma pedra gigante, nem se mexe, como pode ser um casal transando", já falei em voz bem alta.
Começou a discussão de que era sim um casal nas vias de fato, mas nada se mexia, não fazia barulho. Então, a louca e desvairada Ronise, para provar que estava certa, levantou-se e anunciou. "Vou chutar a pedra só para vocês se convencerem que estou certa!"
Tchan, tchan, tchan, tchan! Tomei distância e enfiei o pé. AAAAAAAAAIIIIIIIIII! gritou a pedra! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A Dona da Verdade


A Dona da Verdade não é um tipo comum, mas é sempre acusada do crime. Dispensa advogados, pois se ela é a proprietária da verdade, porque se ater em pagar honorários para alguém defendê-la? Essa Dona não esconde seu precioso tesouro da razão em uma caixa fechada a sete chaves. Faz questão de, publicamente, detalhar suas convicções.
Atribuições como ser altiva, sarcástica e não admitir os próprios erros são comuns à Dona da Verdade. E o mais interessante nessa madame, é que o título não é uma conquista, nem herança genética, é característica dada por quem não sabe simplesmente argumentar.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre o mau-humor


Eu não suporto o mau-humor gratuito, personificado e idolatrado da nossa sociedade.
Eu não suporto os maus-humorados de plantão com seu jeito blasè e dissimulado ao mundo, só porque cara de infeliz está na moda.
Eu não tenho vocação para pessoas constantemente mau-humoradas e que não buscam tratamento para sua doença.
Eu não suporto mais!
Só o Pato Donald é um mau-humorado que gosto! Só!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O peixe e a morte


A primeira imagem que tive da morte, foi com um peixe. Eu tinha quatro para cinco anos e morava temporariamente em Florianópolis. Meu pai era jogador de futebol do Avai, e eu, sua fiel escudeira.
Foi num fim de tarde, daqueles em que sol insiste em ficar. Nós andávamos pela areia, em um lugar onde hoje existe vias rápidas. Ele estava atrás, conversando com um moço negro e eu, com meus passinhos de criança na frente, quando me deparei com um brilho na areia. Era um peixe listrado, colorido, reluzente e morto.
Essa imagem da morte sempre ficou na minha mente. A luz no dorso do peixinho colorido. Eu tentei mexer com o bicho, mas as escamas só ondulavam o brilho mortal. Não me impressionei negativamente e hoje, tento ver essa mesma beleza, na morte, vivência dolorosa, mas que pode ter sua relativa beleza!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Aos meus professores

- Tia Gessy da Pré-escola Peter Pan, que ficava comigo comendo "banana recheada e gasosa" até meus pais virem me buscar;
- Terezinha Mosson e madrinha Teresa, berronas, mas as melhores da Escola Sebastião Saporski, em Curitiba;
- Roseli Guérios, que usava meu caderno como modelo;
- E as úncias freiras que estão no meu conceito A: irmã Wanda e irmã Rosa, e as outras ardendo no mármore do inferno!
- MARIA ARLETE KOWALSKI, essa é a master! melhor professora de Português que alguém poderia ter no mundo! Todas as minhas honras!
- Vianna do curso e colégio Decisivo, grande culpado pela minha escolha em ser jornalista;
- Ademir Viganó, relação de amor e ódio na faculdade, você era um cara legal, mas um péssimo professor!
- Ciméa Beviláqua, você salvou o curso de Jornalismo da UEPG hein!
- E Milton, meu professor de Inglês por qual me apaixonei quando tinha 17 anos, ainda bem que não foi correspondido, porque já sei que você virou um big nerd!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O ogro da redação


Aviso aos navegantes: esse post tem caráter de recordar momentos vividos na redação de um grande jornal da província de Curitiba, ainda no fim do século passado. Foram momentos de tensão e de que um grupo de jornalistas descobriu na própria pele, o que era o tão recente fenômeno chamado assédio moral.
A chegada - mesmo com quase dois metros de altura, não lembro como aquele homenzarrão surgiu na redação do jornal. Chegou sorrateiro, não falava com ninguém, ou só com alguns membros da mesa de chefes. Uma bela tarde me chamou "como é seu nome? seu horário? suas fontes?" Seco. Voz firme e olhar altivo. Ele causava medo, mas ao mesmo tempo um certo sentimento de riso, porque as bobagens que falava, só rindo.
Em menos de uma semana, virou o assunto da redação. Disso a teoria da conspiração foi um estalar de dedos. As apostas é de que era um espião, futuro todo-poderoso ou então uma "pegadinha". E a presenção do ogro foi tomando corpo.
Ladrão de pautas - Ok, a acusação é grave, mas o sujeito era o maior ladrão de pautas. Ficava ciscando nos computadores alheios, em busca de assunto que ele, com sua experiência internacional, segundo reza a lenda, furtava ligeiramente e depois de dias de ausência, voltava com duas páginas somente com a pauta do repórter que estava se esmerando para uma chamada de primeira. Era na cara dura!
Confronto - Reconheço minha falta de habildiade e maturidade para lidar com o ogro, mas o primeiro contato, não estabelecido comigo, gerou confronto. O dito cujo queria saber sobre o que eu escrevia, num plantão cheio de crimes. Não lembro dos detalhes (mas meus colegas se recordam como se fosse ontem) eu dei uma resposta bem boca-dura e ali ele detectou que eu não seria da tchurma dele. Mas, existia uma pressão constante do ogro, dito protegido da direção do jornal, e que tinha poderes de mandar qualquer um para o olho da rua. Muita gente adquiriu gastrite, partiu para as fluoxetinas e o desespero do choro nos banheiros nessa época. Quando ia chegar a esse estágio, mudei a tática, mas não queria me mutilar.
A repórter do ogro - Não, não cheguei a ser apontada como novo membro da tchurma, mas busquei meu espaço antes de enlouquecer (esse era o objetivo do ogro, de histórias múltiplas com os bambambans do Jornalismo tupiniquim).
Ele me deu a pauta do dia, mas não queria que eu a fizesse no modelinho comum, disse "vai ser primeira página, seja jornalista". Para ele, ser jornalista, era chegar as 8 da manhã e sair as 8 da noite. Fiz a matéria sobre a tal inversão térmica, a foto estava ótima e falei com especialistas sobre o efeito desse fenômeno na saúde das pessoas. No dia seguinte estava mancheteada e a edição, de acordo com o que fiz. Veio a pérola "vou achar um erro grave nessa tua materinha". Ficou horas a ler o texto até gritar "não existe essa palavra otorrino, só otorrinolaringologista", justifiquei que era a forma reduzida de se chamar o profissional e que estava no dicionário. Então, começou o espetáculo. Falou para quem quisesse ouvir que, se essa palavra constasse no dicionário, não no Aurélio, que era mixuruca, ele imitava um mico de circo pela redação, porque "se eu perder para você, vou ganhar de quem?", questionou o personagem (só pode ser personagem né?) Momentos de tensão até, tcharans! existe a palavra e o uso era correto. Ele pagou o mico sim. Esqueceu da minha existência, pegou em pés alheios, escreveu mais matérias que poderiam ser da editoria além da imaginação . E fez discípulos, mas isso é outra história.

domingo, 10 de outubro de 2010

Uma passagem, vários personagens


Bastou atravessar a praça Santos Andrade, que meu olhar capturou na mente as seguintes personagens:
A moça loira de cabelo alisado, calça justíssima a apresentar suas não tão generosas curvas, óculos de sol sobre a cabeça e um cruzar de pernas que se agitavam impacientes, talvez a espera de alguém que não viria. Depois, um moço de 30 anos, lendo um livro grosso e velho, totalmente despreocupado com a vida real, sem os sapatos e deixando à mostra, o furo no dedão da meia preta do pé esquerdo. Ele me lembrava bastante o Marcelo Nova. Logo ao lado, um casal de velhos a tomar sol, que ajudava inflacionar as rugas, com seus raios lancinantes das 15 horas.
Pronto, cheguei a escadaria da Universidade Federal do Paraná, me distrai do restante da multidão, ao brincar com minha filha.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

E o trânsito hein?!


Eu acho que aqui em Curitiba, depois da natural pergunta "será que vai chover?", o assunto mais comentado é "e o trânsito hein?!" Isso porque, na linda província cultural, ambiental etc e tal, o comportamento os motoristas tem sido cada vez mais discutido, criticado e ainda não solucionado. Eu percebo que estamos envolvidos numa aura de competitividade negativa, semelhante aos torcedores de futebol que usam sua paixão para refletir o lado lobo mau.
Desde a dondoca com sua Sportage até o aparente inofensivo senhorzinho com um Tempra 94, quase todos se acham o dono da rua. Foda-se! o cavalheiro ou a dama que está dando sinal que vai sair da vaga. Buzina, se estiver dando sinal que vai entrar numa garagem ou numa vaga, se parar o carro para ser gentil e dar a vez para alguém, porque a prioridade é sempre eu, eu e eu!
Ai assisto o telejornal nativo, para saber que bastam duas horas de chuva nesta manhã, que os bombeiros fizeram 93457 atendimentos de pequenos acidentes na área urbana da cidade. Por quê? Porque um carro fica na cola do outro, a frenagem é estúpida e a pista está molhada, todo mundo está atrasado, quem nunca pega o carro no dia-a-dia pega no dia de chuva e todo mundo fica mais zonzo do que mosca em dias de chuva. Eu pensei que certos maus-hábitos dos motoristas eram coisas de curitibanos, mas li o post do blog Fatalidades & Futilidades , do dia 9 de agosto, que fala a saga da Dany no RJ. Então concluo que falta de educação no trânsito: é coisa nossa Brasil!
Não sou santa, nem um super exemplo de direção defensiva, mas todos os dias, do Centro Cívico ao Centro, perto do Teatro Guaíra, que levo uns 25 minutos na hora do rush, percebo as seguintes manobras:
1) 90% dos ônibus ficam atravessados em pelo menos duas faixas, impedindo o fluxo do trânsito;
2) Caminhonetes e carros importados se abstem de dar seta e te "fecham" sem dó nem piedade, somente porque não admitem um carro popular estar na frente;
3) Garotinhas universitárias tentam se desembagulhar fazendo maquiagem ou passando torpedinhos no celular, enquanto a fila anda;
4) Gatinhos e gatinhas atravessam a rua como se tivesse ouvindo e sob efeito de Legalize it;
5) Motoristas de táxi acham que sinal amarelo é passe correndo fia;
6) As rotatórias desta cidade urbanisticamente tão comentada, são os infernos. A preferêcia é do carro que está circulando, mas na hora do rush fica tudo parado, então, todos se acham na preferencial.
7) A nata do Sion que depois vira promotor, político, socialite, sabe usar aquele dedinho como ninguém, dentro de suas carangas blindadas. Um charme!
8) 90% das cagadas e de músicas de péssimo gosto são de veículos com placas da Região Metropolitana de Curitiba. Batata!
9)De cada 3 carros, 2 tem adesivos da família. Veja o que os Piangers fizeram;
10)Deixe aqui, sua opção!

sábado, 2 de outubro de 2010

Voto ou não voto, eis a questão


Um dia antes das eleições que colocará possivelmente a primeira mulher como presidente da República do Brasil, ainda não defini meu voto para deputado federal. E, confesso, uma pessoa politizada como já fui, envolvida em movimentos partidários, vermelhinha de coração, brizolista de ideal, nunca na história desse país interior chamado roniselândia fiquei tão desanimada para participar deste dito, momento cívico (nossa, isso me parece tão regime militar).
Tenho razões de ordem pessoal para a escolha de candidatos nessas eleições, mas isso não vem ao caso detalhar. O que me frustra é a falta de motivação, de pessoas e partidos e ideologias que se aproximem de um social não só da sigla. Vejo os debates com sorteios de papeizinhos para discutir gestão pública, malha viária, relações internacionais, não que não sejam temas importantes, mas ainda somos um brasilzinho, que mal anda com as próprias pernas e não temos a espinha dorsal de uma sociedade formada por políticas públicas de saúde, educação e segurança pública consolidadas.
Eu não vejo, não ouço um político sequer com propostas claras, com planos de ação definidos a respeito dessas pastas imprescindíveis. O que percebo, são projetinhos isolados, uma mosca rondando um bolo de esterco de um elefante. Ai você vota no X para não dar poder para o Y, porque se presume que supostamente o X seja voltado para ideiais dos pobres e o Y representa a elite. E o pior, que XeY já fizeram parte da mesma equação!
Nunca fui favorável ao voto nulo, mas também sem levantar bandeirinhas de execração a quem opta por isso, porque o importante é o exercício democrático, que hoje mais parece 123, tiririri, 456, tiririri, 789, tiriri, as tecladas dos candidatos soando mais um! mais um! mais um!