quinta-feira, 10 de março de 2011

Novo dicionário do jornalista corporativo


Passei por um breve período de aprendizado na coordenação de revistas e do tal choque de gestão. Traduzo: de seis anos e meio no poder público, para, de repente, me deparar com o mundo corporativo. Lógico que não era um ambiente totalmente desconhecido, mas fazia anos, muitos anos, que não participava de reuniões rebuscadas de termos totalmente mkt, de bater ponto, de ter banco de horas e trabalhar full time (em itálico Ronise!)
Confesso que nem percebi que estava acomodada na zona de conforto do funcionalismo público, que sempre acha que tem muito serviço, mas é fichinha perto do que a iniciativa privada faz com seu funcionário, ou melhor, colaborador, arrancar a pele e pagar o plano de saúde como plus de benefícios. Mas, o que o post vem tratar é sobre o linguajar usado, sejam nas reuniões, e-mails, telefonemas ou nos almoços de negócios, o networking. Para um jornalista é uó!
Eu deixei de fazer sugestões de pauta para ter um brainstorming;
Eu não discuto mais pauta, eu alinho;
Não se fala com mais de uma pessoa ao mesmo tempo, se triangula.
Jamais fiz correções com diagramador, e sim, ajustes com o designer.
A revisão não corrige, aplica.
Deusolivre passar e-mail em cópia oculta, tem que copiar do porteiro ao presidente e imprimir para provar que você livrou o seu da reta.
O diferencial no meu currículo (que não tem inglês fluente e muito menos um MBA), não são 20 anos de formada e cabelos brancos vistos a olhos nus, porém, minha expertise.

5 comentários:

  1. Apesar de que, novo isso não é, pois sempre foi assim, tudo é uma questão de se acostumar ou não.

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  2. É uma grande bosta. Reuniões onde o que é decidido é quando será a próxima reunião. Legal né? #NOT

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  3. Quando trabalhava numa agência, eu tinha um cliente (enorme empresa do setor de energia) que adorava fazer reuniões, e com o tempo percebi que era epidêmico, pois na sede havia umas 15 salas de reunião, sempre cheias. Em uma delas, fui fazendo pauzinhos no cadernos a cada vez que ouvia a palavra "alinhar". 11 vezes. Ironicamente, comecei a pós e no grupo tinha uma menina desta empresa, que é do meu grupo até hoje. Ela ADORA falar em alinhar. Alinha que alinha, e nada faz.

    Ótimo seu post, espero que fique bem destacado nas buscas, de verdade. Alguém precisa ter juízo e parar com essa babaquice estilística.

    Bjos ;)

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  4. Nossa... nem dá inveja desse ritmo!

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