sexta-feira, 13 de maio de 2011

Se eu fosse metade daquilo que os outros dizem que eu acho que sou ...


Uma sucessão de tramas que aconteceram na vidinha aqui ó, quebraram o gelo e a monotonia do meu período bem-estar. E todos os fatos se interligam numa questão: a de como as pessoas estão me enxergando.
Eu tenho uma ideia de mim, baseada no fato que convivo comigo há 40 anos, reconheço meus defeitos e minhas habilidades, mas isso é insuficiente. Porque as variações de conceitos modificam o status. É mais ou menos como no Twitter, quando você presume que deu aquela tuitada e tá lá o efeito uó, uó, uó. Ou, ao contrário, você simplesmente deu o tweet e, de repente, os 140 caracteres tomam efeito viral. Gênio!
Isso acontece na vida real.

Primeiro, foi uma descartada de uma pessoa que conheço, já sai e de repente, me exclui sem aviso prévio. Sempre temo ter sido grosseira, porque às vezes tenho um jeito, aliás, não tenho a mínima sutileza e acabo parecendo sem educação. A pessoa diz que não foi nada, e dá um corte violento. Tá, me convenço, ou finjo, que foi a opção dela, sem precisar de um motivo específico. Engoli? Não muito, mas não passou muito, descartei também.

Depois, a vizinha crente com cara de indiana. Conhecida por arrumar encrenca com todo o condomínio, sempre tive a aquela relação educada com a criatura. Sorrisinho de oi, com licença, obrigada, por favor, não mais que isso, até o dia em que ela sai do elevador e minha filha, de 3 anos e meio estava com um dos pés no sofá (novo) do hall de entrada e a mulher fala alto e debochadamente "olha o pé no sofá!" Eu já tinha pedido para a menina tirar o pé e ela colocou lá, distraidamente, e eu mesma repeti "Alice, tira o pezinho do sofá, ai não é lugar para colocar os pés". Ela ficou com cara de pastelzinho e já veio na minha direção, enquanto eu falava com o porteiro, então a vizinha crente cara de indiana provoca "tem que cuidar, custa caro, não pode estragar". Dai eu respondo, já não muito simpática que a criança foi advertida e já não estava mais com os pés no sofá, que eu sei que era caro, porque também paguei no condomínio. Ela continua dizendo que só nesse condomínio não se pode falar nada e que ela fala mesmo. Dai né...."você fala demais, de tudo e de todos, fala mais do que o necessário, vá lá rezar e acalmar esse seu coraçãozinho vai" , pronto, sou a número um dos porteiros. Quando me encontram dizem, sabe aquela lá né?
Todo esse barraquinho descrito acima para dizer que tive que me indispor com uma pessoa, uma senhora que não tem mais nada a fazer da vida, do que futricar coisas do seu universo, que é esse condomínio.

E nem se passa uma semana, bomba de parentes (que nem são meus), de fofoquinha familiar, mas que virou um gigante faminto. Não vale a pena descrever os detalhes, que são horríveis, porque quem tem um pouco de convivência familiar sabe que isso acontece sempre.
Mas, o embaraço é que eu não sabia, quase fui envolvida numa intriga com uma pessoa muito querida minha, mas ainda bem que somos claras uma com a outra e veio a tona que isso decorreu, porque essas pessoas não gostam de mim. A antipatia era pré-existente, só precisava de um motivo para ser declarada.
A acusação: de que eu fiz comentários que desagradaram. Eu me retratei, depois que soube pela pessoa que disse que não gostou, que, se caso tenha parecido jocoso, ofensivo, que me desculpasse, pois não foi essa a intenção, falei bem blasè. Mas, podemos sim, falar palavras erradas, nas horas erradas e dar margem a interpretações errôneas. E isso deve ter acontecido comigo, pedi desculpas porra! Porém, não era esse o caso: duas pessoas, das quais tenho um profundo carinho, com cada qual um relacionamento diferente simplesmente, não gostam de mim.
Eu também não gosto de muitas atitudes e palavras de algumas pessoas do meu dia a dia. Aliás, todos convivem com isso, mas ninguém levanta prá 10 assim, do nada.

Tudo isso quer dizer o quê?
Dai hoje eu me recuso a me servir de salada fria, sob o argumento de que não consigo comer salada fria no inverno, mas só os legumes quentes. Sabe o que ouço? Que eu não me acho a dona natureba que come salada, blá, blá.
Pisites, se eu fosse metade daquilo que os outros dizem que eu acho que sou, eu seria foda prá caraio e nem estava ai para vocês - ou apenas, um post catarse.

2 comentários:

  1. uau! #deep

    é, Ro. Às vezes as pessoas tem uma imagem de nós que elas criaram em suas cabeças. Qdo achamos q estamos agradando, estamos é enchendo o saco, e vice versa. That's life.

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  2. O mundo normalmente nos vê de maneiras que a gente ñ se vê. Na verdade acho que as pessoas refletem nas outras aquilo que elas realmente são. Bem simples. Mas, eu tenho certeza que VC é muito mais do que acha que é. E tenho dito. Bjo

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