domingo, 26 de junho de 2011

Mãe de boutique


Em conversa com a amiga Kátia Michelle , no meio do papo veio a expressão mãe de boutique e caiu como uma luva, para o que expressávamos. Eu até poderia escrever sobre o assunto no meu outro blog, mas preservo o estilo docinho nas escritas de lá e destilo minha acidez por aqui mesmo.
O que seriam as mães de boutique? Esse estilinho correndo livre, leve e solto que acha a maternidade imagem de catálogo de loja de departamentos. Que ser mãe é um eterno sorriso e maculação divina. E que todos os homens do mundo se rendem a figura master da mãe.
Mas na hora de colocar a mão na fralda suja, ui! chama a babá! Na hora de dar a luz, marca cesárea, porque tem que deixar a depi em dia e deus me livre sentir dor! Nesse ponto não sou xiita, radical, sei que a cesárea é indicada para N situações, e jamais deixaria pessoas em risco por radicalismo barato, mas a maioria da mãezarada ai é fresca!
Outra, essa mãe de boutique delega à escola a total educação dos filhos; faz assinatura de revistas especializadas em até como contar historinhas para crianças, essas são as mesmas que se pautam pelas NOVAS da vida. A revista, o jornal, os programas de rádio e TV são importantes para refletir, mas não é regra universal, capiche?
Ai, quando a criança começa a encher o saco, porque às vezes elas enchem sim, joga o serzinho para amiga, vizinha, mãe, sogra, porque credo né? preciso viver a vida, mas, quando era a grávida mais bonita da cidade, com books distribuídos para toda a família e posts em todas as redes sociais, se dizia uma nova Maria carregando Jesus, de tão iluminada. E se o pai era um pop star, mesmo que regional, a gestação era anunciada em caixa alta no Diário Oficial, certo beibe?
Ser mãe é sim resignação! E ter infinitas quarentenas de silêncio interior, de se permitir a prerrogativa das 9538 dúvidas anuais, de surtar mentalmente e perder o rebolado num domingo pela manhã, quando o único desejo são mais 10 minutinhos de sono. É transformar o chuchu, a pera e o biscoito água e sal nas coisas mais gostosas da face da terra. Explicar que a avó que não existe é uma estrela, que não dá para ir ao parque porque choveu e tudo está molhado, que a Era do Gelo é sensacional, mesmo que você SEMPRE chore no finalzinho (snifs), que a Xuxa é uma tremenda capitalista e não gosta de criança, mas aquela música A de amor, B de baixinho, C de coração é educativa.
Mãe de boutique usa a palavra mãe como grife, mas jamais será da máfia!

*** É isso ai KM?

6 comentários:

  1. @AndreaPires1 Andrea Pires
    @ronisevilela Excelente, Ronise! Não sou nem de boutique, nem de xuxu ou da máfia, mas sei que é isto mesmo!!

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  2. Assino embaixo, amiga! Mas tenho mais uns 23, 24 termos pra te falar. Exijo uma conferência!

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  3. que ótimo texto! eu tranferiria o termo para 'casamento de botique'... ahhahaha

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  4. Querida, ser mãe é padecer fora do paraíso, que fique claro. E ninguém tá preparado pra isso. Ninguém tá preparado pras dores (nem sempre físicas) da maternidade. É aprendizado diário, diálogo, negociação. E nem td mundo consegue. Se conseguissem o mundo certamente teria muito mais pessoas boas circulando! Mas, é status, néam?! Bjks

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  5. Ainda espero um pouco mais pela coragem das dores do parto e da vida fora do paraíso. Até lá, meu "curtir" pra esse post super real.. Ainda to na fase de observar as amigas-mães, que já se repartem entre mães-de-boutique e mães-reais (que dividem profissão, casa, maternidade e ainda encontram tempo pro salão).

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  6. Eu conheço a mãe Xuxa - quando eu trabalhava como consultora em salões de beleza, sempre tinha uma mãe 'xuxando' a criança para o cabeleireiro - auxiliares - moço do cafezinho cuidarem enquanto ela viajava em uma revista com o produto no cabelo.

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