sábado, 20 de outubro de 2012

TCHAU! TCHAU! TCHAU! PARA OI!OI!OI


Capítulo 102, quando Carminha enterra Nina viva. Referência a Kill Bill volume 3 de Tarantino.


João Emanuel Carneiro hoje está no trono do Olimpo da teledramaturgia brasileira, antes ocupada por Gilberto Braga, com Vale Tudo.
Comecei a me interessar por Avenida Brasil a partir do emblemático capítulo 100, na qual a trama faz a virada de Nina, que não aconteceu da maneira como o público imaginou. Também fui envolvida pela sinopse da novela, que postava diariamente no site em que trabalho, e assim, quando percebi, virei fã de Avenida.

Avenida Brasil tirou a mítica de que as personagens secundárias não tem vez. Todos tiveram seus 15 minutos de fama. Com exceção da ala Cadinho, totalmente dispensável e talvez melhor aproveitável se fosse no horário das 7, tive que me render a Adriana Esteves, que para mim, jamais esteve no rol das grandes atrizes.

Adriana fez a vilã com a cara da nova classe média. A Rainha do Subúrbio, com o luxo e poder de nossa classe social brasileira. Não se vestia de preto, gritava não como uma histérica, mas como quem vem de núcleo social onde se vence pelo grito mesmo. Ela despertou todos os vilões que realmente habitam em nós, de formação direta ou indireta judaico-cristã, aquele em que se vai na missa, mas dorme com o vizinho. Em que o pecado só existe naqueles que não gostamos. Carminha desconstruiu a vilania Disney, de malvadas charmosas, sutis, feiticeiras e que não sujam as mãos.

João Emanuel fez suspense, comédia, tragédia e colocou a heroína Nina, muito mais real, não naquela que apenas chora e se ferra. Porque as heroínas também erram, também sentem ódio no coração. Eu fiquei pasma quando metade da audiência de Avenida se disse "cansada" das investidas de Nina triunfando sobre Carminha. Isso para mim representou o peso da hipocrisia que a gente carrega. Duvido que alguém não teve vontade de tripudiar sobre alguém que lhe fez mal, com requintes de crueldade, mas se investindo da pecha de justiceiro. DU-VI-DO!

A diferença de tolerar as maldades de Carminha e a vingança "overdose" de Nina, é que Carmem Lúcia praticou suas artimanhas no decorrer de 12 anos, a cada etapa, enquanto Nina despejou esse 12 anos em uma semana. E digo, foi pouco!

Eu espero, em 20 anos, o remake de Avenida, sim, eu espero. Gostei do final, com exceção do Cadinho e suas três mulheres patéticas. Gostei e tinha certeza (sem ser envolvida pelas sinopses) de que Carminha era a assassina de Max, porque João Emanuel não segue a cartilha de Gilberto Braga, inventar um assassino de 2ª linha para criar expectativa sem lógica. Ele manteve a coerência. A obviedade é coerente gente, por isso muitos não a enxergam.



2 comentários:

  1. @ninabettio @ronisevilela adorei!

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  2. @verineas @ronisevilela Que texto legal, Ronise! Vamos esperar pelo remake ;-)

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