sábado, 11 de maio de 2013

Aprendendo a ser mãe

Ouço agora Bolero de Ravel , acho que a evolução da música combina,ou melhor, retrata muito bem como se aprende a ser mãe. Não, mãe não é esse ser divino, imaculado e sem margem de erro que a sociedade judaico-cristã e o marketing nos ensinou. Mãe se aprende a ser. Sempre. Todos os dias.
Mãe sente medo, raiva, um contínuo cansaço, mas nunca arrependimento.
A maternidade para mim em vários níveis foi libertadora, sim, mesmo precisando usar minhas longas madeixas presas, e enfim cortá-las para ser mais prático, dormir menos de quatro horas por noite, porque minha filha mamou até 1 ano de idade como uma recém-nascida,o que significa que, a cada 3 horas eu dava o peito. Fiquei sem ver meus filmes, meus amigos, até conseguir retomar o ponto.
Agora saio, mas tenho vontade de voltar. Sou mãe empolgada, e olha, isso só aconteceu com 38 anos e mesmo na fase 4.0 tenho energia (nível moderado) para encarar as peripécias de Alice. Fiz um blog, MÃE SÓ MUDA DE ENDEREÇO, com a finalidade de explorar o universo materno, compartilhar experiências, mas hoje é só um diarinho mesmo, que talvez no futuro ouça: "credo mãe, que coisa mais démodé!"
Ser mãe para mim foi uma escolha. Todas as escolhas tem perdas e ganhos. Meu saldo é positivo.
Eu não deixei a Ronise essência de lado. Eu me reinventei. Esse é o barato da coisa. Porque agora um pouco maior, Alice me vê como sou, com meus valores, meu gosto musical, minha visão política, como me visto, como é minha rotina de jornalista, sabe que tenho plantões aos domingos, que quando digo "não me atrapalhe", isso é um aviso, mas pode se tornar uma ordem. A lista é grande, mas nesse Dia das Mães, o espaço será mais ocupado no meu coração na minha condição materna.
Tudo bem, ainda tem o vazio da ausência da minha mãe. Não vai dar para esquecer!!!!!

E sobre minha mãe... Quase tudo sobre minha mãe, 3 anos sem Rosa


Eu e Alice

3 comentários:

  1. A sociedade judaico-cristão não ensina que nenhum ser é divino e imaculado sem margem de erro,ela expõe o contrário disso tudo.(pronto já fiz minha ressalva).
    Acho que o grande barato de ser mãe,é saber engravidar a vida,sem perder a escolha...

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  2. Eu acho que entendi o que quis dizer com sociedade judaico-cristã, acho que seria a cultura de santificar a figura materna. Maria, a Virgem, a mártir, o que cada mãe é um pouco, mas desmistificada pela sociedade moderna

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