terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sou adolescente e já sei namorar

Da coluna Filhos e Família:

Mudança hormonal, comportamental e física; esses são os pilares que compõem a grosso modo, um adolescente. Emoções turbinadas por paixonites, revoltas injustificadas, inconstância de humor, amizades supervalorizadas, enfim a “hora do namoro” não poderia faltar no cardápio juvenil.

Porém, resta aos pais mais uma dúvida desta fase tão oscilante, lidar com o namoro. Será que os filhos, ontem crianças, hoje, quase jovens, mas sem maturidade, estão preparados para enfrentar um relacionamento além-amizade? E os carinhos, carícias, sexo?

Há um desespero global ou não, isso depende de como os pais se preparam para esse momento. “Filhos saudáveis têm amigos, interessam-se em namorar e pais precisam estar receptivos ao diálogo, a ouvir, a orientar, atentando para o fato de que os tempos mudaram e hoje os jovens estão mais ousados, menos reprimidos e suas investidas são maiores: mais experiências, mais relacionamentos, com menor tempo de duração, características estas, típicas deste mundo denominado de líquido, do qual todos fazem parte. Pais estarão prontos a negociações que determinam o que será permitido em nossa casa em relação a horários, locais e durações dos encontros, lembrando que os limites são necessários, mas nem sempre facilmente aceitos”, analisa a psicoterapeuta Vera Regina Miranda.

Para quem nunca teve a experiência do namoro com filhos, resta à expectativa. A advogada Lorelei Ceschin que trabalha com venda de equipamentos para empresa de petróleo e seu marido Júlio Silveira, que moram há 14 anos nos Estados Unidos, dão para dizer que tiveram uma prévia com a filha Isabella de 11 anos.

“A primeira vez que ouvi falar de namorado foi quando estava no jardim de infância, aos seis anos de idade. Desde então, todos os anos letivos que se iniciam um novo namorado aparece. Mas isso é imaginação de criança. Curiosa, eu pergunto a ela como fazem para namorar: andam de mãos dadas, abraçam, dão beijinho? Quanto ao beijinho a resposta é: “Uuiii, não”!”. “O ‘namoro’ se resume a ficar um ao lado do outro e conversar”.

Mas o casal de deparou com outra situação, quando a menina fez 10 anos e conheceu um menino que tinha um relacionamento possessivo com Isabella. Segundo Lorelei, o colega estudava com sua filha e ligava para ela assim que chegava em casa, além de monitorar e controlar todos os seus passos.

Ela conversou com a menina e explicou que “meninos que ficam pegando no pé de meninas, não podem fazê-las felizes”. No dia seguinte, Isabella “terminou” o relacionamento ainda não consolidado nas bases de um namoro. Entretanto, Lorelei ressalta que ela e o marido estabelecem uma relação aberta com a filha. “Queremos que ela se sinta a vontade para conversar conosco a respeito de qualquer assunto”, finalizou.

A advogada Carla Carpstein, diz que tem uma relação tranquila com o namoro do filho Bruno Karpstein Romanelli, de 16 anos. “Ele namora há uns cinco meses uma menina que foi muito tempo amiga dele, a Clara. O namoro deles é bem tranquilo, já que ambos são bastante ocupados com atividades além da escola. Não são de sair muito e na maioria das vezes os programas é reunir o grupo de amigos na casa de alguém.

Assim, não existem grandes limites a serem estabelecidos, a não ser evitar se trancar no quarto (o que já aconteceu). É o primeiro namoro dele e considero a idade boa pra isso. Como já se conheciam há muito tempo, o fato de namorarem não atrapalhou a escola ou qualquer outra atividade. Sendo muito novos ainda, não podem sair pra baladas ou coisas do gênero. O único medo (e provavelmente de todos os pais) é uma gravidez indesejada; para isso, muita conversa com ele sobre a necessidade do uso de camisinha, sempre”, descreveu Carla.

E como a escola é o lugar preferido dos namorados adolescentes, qual a regra para esse relacionamento na instituição? As coordenadoras do ensino Médio e Fundamental do Colégio Expoente listaram as normas de namoro adotadas. “Na escola o assunto é abordado quando necessário, de forma clara, entendendo que se trata de adolescentes, que nesta fase o jovem está num processo de autoconhecimento e buscando novas descobertas e experiências. Geralmente, orientamos sobre as regras da escola, onde necessita de certos cuidados com esses relacionamentos, desde que não haja contato físico (beijos, abraços, carícias e outros) que possam constranger os demais alunos, pois atendemos todos os níveis de ensino.”

E agora pais, preparados?

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