domingo, 13 de outubro de 2013

Bagunceiros X Arrumadinhos – a batalha da organização

Mais uma coluna FILHOS & FAMÍLIA no Portal Bem Paraná

Aquela sala dos sonhos, o quarto de revista de decoração e outras dependências da casa, de repente se transformam em verdadeiros campos de batalha, com a vinda dos filhos. A menor pessoa da família ocupa o maior espaço. E, em todos os cantos. Quando bebê, o arsenal bebê-conforto, carrinho, cadeirinha, andador, brinquedinhos, fraldas, mamadeiras. Crescem, e o batalhão se transforma em canetinhas, lápis, games e afins continuam a invasão.
Como lidar com essa bagunça sem estresse? Por que há crianças naturalmente mais organizadas que outras¿ É tudo questão de personalidade, exemplo, educação, posicionamento?
A psicóloga clínica Lélia Cristina de Melo, da Escola Mananciais, diz que “as crianças diferem entre si nas diferentes áreas do comportamento humano, mesmo sendo irmãos.

As causas da variabilidade de conduta ocorrem basicamente por razões biológicas (herança genética) e aprendizagem (meio ambiente), sendo que as características de bagunceiro ou arrumadinho baseiam-se principalmente em como o pai e a mãe se comportam neste quesito”.
Com dois filhos, um deles de apenas três meses, a gerente de banco Laura do Carmo, de 37 anos, se assusta com o grau de organização de sua filha mais velha, Carolina, cinco anos. “Eu me considero uma pessoa moderadamente organizada. Não consigo, por exemplo, deixar minha mesa de trabalho e meu carro em ordem. Mas a Carolina é organizada ao extremo. Cheguei a pensar que ela tinha TOC (Transtorno Obsessivo-compulsivo), pois dobra sua roupas, deixa os brinquedos guardados impecavelmente e gosta de se arrumar toda alinhada. Acho que isso é dela mesmo”, descreve a mãe que permite mais bagunça na casa, com a finalidade de proporcionar a liberdade, sem tanta pressão.
“Nos fins de semana eu libero geral e depois digo que vamos todos arrumar, mas que não precisamos nos incomodar com isso. Tenho medo que ela fique muito neurótica e não se permita em viver num caos saudável”, concluiu Laura.

De acordo com a psicóloga Lélia, “a criança organizada, o é, por tendência de sua personalidade ou pela imitação dos que a circundam, como também pela adequada exigência dos seus progenitores”.
Waldy Francino, responsável logístico, vive o dilema bagunceiro e arrumadinho com seus dois filhos de personalidades totalmente diferentes no que se refere à organização. Segundo ele, o Júnior, de oito anos é o mais carinhoso, porém, relapso quanto as suas tarefas, enquanto o mais novo, Lorenzo, de cinco anos é “mais frio”, contudo, super organizado.
“O Lory (como chama Lorenzo) é preocupado com suas roupas, com seu compromisso na escola, cuida do cabelo dos dentes sem que eu e minha esposa nos preocupemos; já o Júnior sabe de suas obrigações, mas faz de qualquer jeito, é o jeito dele, dorme mais cedo e se enrola para acordar e se preparar para ir à escola, mas em compensação, é amável com todos”. Para Waldy, o importante é saber respeitar o modo de cada um.

Nesse caso e em outros similares, a psicóloga Lélia avalia. “Os pais conscientes e preparados primeiramente dão exemplo, depois, ensinam em tom positivo a qualidade de manter a coisas organizadas, até para a criança se beneficiar das consequências da ordem”.

Dicas para contornar a bagunça

- Os pais mantém seus pertences em ordem
- Dão prioridade ao realmente importante (ordem na escala de hierarquia)
- Ajudam os filhos pequenos a realizarem pequenos atos na organização dos ambientes, sem transigir com a desordem (formação de hábitos bons)
- Elogiam as condutas ordenadas e não deixam de observá-las dando-lhe destaque
- Exigem com bom humor
- Orientam com regularidade, sempre, diariamente.

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