sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Detesto carnaval


Ontem, na reunião com as meninas do twitter (@tina_lopes @denisomera @_CrisRangel e @franzinhabs), comentei o quanto detesto carnaval. Ui! Só tenho lembranças ruins, quando, de alguma forma tentei me familiarizar com a maior festa do país, o símbolo brasileiro do tum dum. Essa ojeriza toda deve ser herança familiar, embora minha mãe comentasse ter sido uma foliã de quatro dias e meio, pois não perdoava nem a madrugada da quarta-feira de cinzas. Meu pai e meus irmãos também são avessos à festa pagã.
A primeira experiência carnavalesca que me recordo, foi aos 4 anos de idade. Morava em Florianópolis e fui fantasiada de índia estilizada. O traje era rosa, lembro bem. Fui a uma matinê com filhos de amigos dos meus pais. Na primeira pisada no pé (descalços, pois era índia né?), cai no choro e estraguei a festa de todo mundo no clube. Depois, na pré-adolescência passei novamente em Floripa, mas não morava mais na ilha. Foi legal até. Assisti aos desfiles das escolas de samba e ganhou a que eu estava torcendo, Protegidos da Princesa, que até há uns 5 anos, eu recordava do samba-enredo, hoje, não faço a menor idéia da letra.
Aos 15 anos, passei em Navegantes (SC). Traumático. No primeiro dia assisti aos desfiles dos blocos e até curti, mas no segundo dia, eu e minha prima Silvia fomos num clube. Não rolou fantasia, mas aquele esquema top e shortinho (nada enfiado no rego, nunca tive vocação para pirigueti). Rolou um esqueminha, bem ingênuo, máximo beijo na boca, de repente, prima se acidenta no estacionamento e fratura a perna. A filha da p*, de um amigo do meu pai, maior de 18, era a responsável. Dois amigos da prima iriam levar a gente para o hospital, que era em Itajaí, mas tínhamos que atravessar o ferry-boat. Impasse. Para não dar mais merda, resolvemos ir para casa avisar nossos pais. O que foi a cena quando chegamos no carro dos rapazes e Silvia com a perna quebrada? Meu pai queria bater nos moços (uns gatos, isso me lembro bem). Morri de vergonha! Fiquei 3 dias sem falar com ele e a família toda tentando harmonizar o drama. A moça "de maior" falou para meu pai que eu e minha prima estávamos de nhem nhem nhem com os moços (antes fosse, invejosa!)
Acho que esse último episódio encerrou minhas desventuras de carnaval e então decidi travar uma guerra aos tamborins. Quando ainda morava com mami, no Abranches, reunia todos os amigos que assim como eu, eram anti-carnaval. Cinco dias sem sequer ligar a TV para ver bundas, Sapucai, tetas e láralaiê. Rock puro! Começou com meia dúzia de gatos pingados, nos anos subsequentes o espaço era disputado a tapa. Saudades disso!
Hoje me permiti colocar minha fantasia de mascarada boca emperebada, fantasiar minha filha de bailarinha-fada e ir à praia. Mas, com certeza, longe dos cafonalhadasbanda, alalaô e afins, pois eu detesto carnaval e tenho dito!
Em tempo: quando já publicava o post, lembrei que meu último carnaval foi "pulado" na sede social da Urca, que já não existe mais. Fui de freira. Isso sim é fim de qualquer carreira.

4 comentários:

  1. Suas histórias estão ótimas. Manterei o anonimato para criar um mistério, mas te acompanho sempre.

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  2. Azeeedaaaaa! Hoje vou em matinê de clube com a Nina, faz uma semana que só canto marchinha! ;)

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  3. eu tbm detesto carnaval, e este ano, nao vi nenhum pedaçinho de tal festa da carne!! era praia de dia, cerveja, e a noite, rock do bom e xurras de primeira,,em casa mesmo,,,so a velha guarda.

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  4. Anônimo - legal me acompanhar, espero fazer jus
    Tina e Tico Little - se algum dia eu for embora do Brasil de uma coisa eu tenho certeza que não sentirei falta: carnaval!

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