sábado, 20 de fevereiro de 2010

Eu não tinha um Max Brod


O cara ao lado é Max Brod, enfim, pela primeira vez em algumas décadas, tive a curiosidade de saber o nome do famoso amigo de Franz Kafka, que segundo a lenda, o "traiu", publicando suas obras. O que eu sabia? Brod ficou com os escritos de Kafka e o tornou célebre após sua morte. Até então, sempre considerei Brod o melhor amigo da Humanidade, pois foi ele quem nos proporcinou acesso as maravilhosas obras de Kafka. No entanto, me deparo com outra informação, a de que Brod não teria queimado algumas das obras inacabadas do amigo, pelo alto senso crítico de Kafka, antes da morte. Quem quiser saber mais sobre o bafafá kafkiano favor clique aqui
O que quero contar é que não tive tempo de falar com meu Max Brod da época. Carla Meira! Mas sei que você ficou indignadíssima, quando soube que queimei toda minha obra literária. Numa fogueira, página por página, uma semana antes do meu acidente (ler breve histórico na home do blog, sobre as cicatrizes)
Não lembro bem, mas eram aproximadamente uns 80 sonetos, centenas de contos e aquilo que poderia ter sido minha obra-prima, as Memórias Alcóolicas. Uma versão feminina de Charles Bukowski, no período de 1989 a 1991. Carla Brod, assim vou chamá-la era quem acompanhava a trama, palpitava e se deliciava com a história. Páginas escritas nos tec tecs notívagos e embriagados de uma Remington. Um publicitário, hoje mega famoso, badalado e internacional, também foi leitor das Memórias e embora tenha definido como "ácido demais para uma mulher", ele disse que era muito bom de ler.
Mesmo sabendo da composição da obra, não consigo lembrar dos detalhes, mas sei os motivos da minha insensatez piromaníaca. Na realidade, achava que não seria reconhecida, que não era bom o suficiente e preferia acabar com tudo aquilo. E lembro também da frase da Carla Brod: "eu poderia ao menos ficar rica como o amigo do Kafka". É, mas eu também poderia ter morrido e não morri. Resta uma chance!

3 comentários:

  1. O bom é que sempre vai existir uma página (agora tela, né?) em branco.

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  2. É tudo verdade!! Você se queimou e queimou! Mas enquanto houver vida, há esperança, amiga. Tenho certeza que se voltar a escrever, será muito melhor. Prefiro crer que experiência acumulada resulta em algo muito bom. Você é muito melhor do que imagina...Voa, fênix!!!

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  3. Pensei que só eu tinha tido uma crise e queimado meus escritos na churrasqueira de casa. Devidamente embriagada quando o fiz, é claro.

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