quarta-feira, 3 de março de 2010

O universo desconfigurado de reunião escolar


Minha cara ficou igual a do Garfield, em alguns momentos da reunião de pais e direção da escolinha onde minha filha, Alice, de 2 anos e meio "estuda" desde os 5 meses. Adoro a escola, que trabalha exclusivamente com Educação Infantil, minha avaliação em relação à didática, professores, funcionários é muito boa, mas o post vai tratar de algumas coisinhas que aconteceram na dita cuja reunião. Poderia até tratar o tema no meu blog maternal o MÃE SÓ MUDA DE ENDEREÇO , mas como vou ser um pouco sarcástica, publico nas minhas cicatrizes...
Cheguei atrasada, pois passei num supermercado onde metade da população curitibana fazia compras. Esqueci que era dia de ofertas. Perdi tempo, larguei o carrinho no meio do corredor e fui para a escola. Fizeram a tradicional recepção de início efetivo das atividades com um lanchinho. De cara uma mãe me abordou "você é a mãe da Alice né? Eu sou mãe do C*, que era apaixonado pela sua filha..." Legal, peguei um bolinho de queijo frio, um suco de laranja e dá-lhe meu filho é isso, fez aquilo e o velho papo "vai ter mais um?". Passo.
Chega a diretora, gosto dela, e vem dizer que a Alice mostrou seu uniforme, que eu estava bronzeada e depois, começou a falar com 10 pessoas ao mesmo tempo. Tempo, vamos para a sala de reunião. O mesmo video do ano passado. QUANTO CUSTA UM FILHO. Uma ong calculou que para criar um filho até os 18 anos, numa família de classe média (quem são?), sem custas com educação, gasta-se R$ 160 mil. Além de esquecerem de atualizar os valores, pois foi o mesmo de 2009, o video com musiquinha dã ao fundo sugere que esse investimento é por conta de beijos, abraços, pipas e todo aquele papo de organização privada, conheço bem, abdução neoliberal.
Ai, o fora número um. Cada recebe um papel de boas-vindas, a proposta de ensino e está escrito o nome da outra escola da qual pertence a mesma diretora. Tudo bem, todo mundo sabe que ela tem duas escolas, mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Faltou etiqueta.
Depois, começa a apresentação do corpo docente, mas vale lembrar que o quesito idade foi muito comentado. Preocupação dispensável, o público variava de 20 a 45 e eu estou na média. Clímax, quando era explicado que as crianças vão aprender os números do 0 ao 10 no 1o. semestre e do 11 ao 20 no segundo. Mãe levanta a mão. "Não é muito subjetivo ensinar o zero para crianças de 2 anos?". Silêncio. E a pergunta continua. "Zero por extenso ou numeral?". Olhar de Garfield entre três mães, inclusive o meu, se cruzaram.
Blá, blá, blá e já estávamos há uma hora nas cadeiras, fome, saudades da filha e o sotaque curitibano apimentado, parecia uma convenção de rafaéis grecas de macedo, quando o toque do celular de uma mãe quebrou o gelo: a risadinha do mutley (ouça aqui)
Para democratizar a participação nas aulas especiais (balé, judô, música e inglês), a diretora pergunta para os pais se tem alguém que gostaria que seu filho (menino) fizesse balé, já que o judô são para meninos e meninas. Ninguém se habilita, porque o preconceito está embutido, e caso algum pai até aceitasse, não faria isso publicamente.
Bem, depois de 1h40 minutos, a maioria se coçava, olhava para o relógio e conclui: é duro conviver com posturas tão opostas, mas é a vida e minha filhinha já está na roda.

3 comentários:

  1. Aliás, a cara de Garfield é usada em várias circunstâncias, pois é perfeita!

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  2. A minha ontem foi um pouco diferente, não tivemos muitas caras de paisagem. A diretora levou 1h45min para explicar todas as normas e regras da escola, pois é o primeiro ano de todos na turma da minha pequena, que aliás é a caçulinha; contou histórias e exemplos engraçados e no lanche foram servidas rosquinhas crocantes caseiras de polvilho, chá, água e café.
    Flavia & Alice
    Lá élas tantas 2 pais ligaram p suas esposas/mães pedindo socorro, suas crias choravam pedindo "mamãe", estavam sob os cuidados paternos.
    Um pouco de risadas, apresentação do conteúdo para o maternal, que é bem menos específico. Enfim foi uma reunião leve, mas não muito produtiva. COMO TODA REUNIÃO

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  3. Ué, nunca vi esse vídeo. Prepare-se pro Dia das Mães, é o pior de todos, uma choradeira do cacete. Anyway, é isso aí. A vida, as pessoas, nós no meio, mesmo. =***

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