sábado, 3 de abril de 2010

De olhos vermelhos e pelo branquinho


Para manter a inocência da minha filha, conto que o Coelho da Páscoa está na sua toca arrumando os ovos para distribuir às crianças obedientes. Mas, quando começo a ouvir "de olhos vermelhos, de pelo branquinho..." volto no tempo. Quatro anos, cabelo curtíssimo, morava em Florianópolis e estudava no Jardim de Infância Peter Pan. Tinha uma menina chamada Adriana que eu não gostava, não sei o motivo e um menino de cabelos longos, Rodrigo, minha primeira paixão.
Na apresentação da Páscoa, eu vestia uma fantasia de coelhinho e tinha que cantar e dançar a tal música do coelhinho. O show era num salão de festas e as mães chegavam, menos a minha. Cada vez que a porta abria, eu (coelho) dava um pulo desorientado e as lágrimas brotavam no canto do olho. É incrível como eu lembro com detalhes desse dia, eu no canto esquerdo, as cortinas brancas esvoaçantes e um raio de luz invadindo a sala timidamente. A cena é nítida! Na última estrofe, no último pulo do coelho, minha mãe apareceu, assim como meu sorriso.

Um comentário:

  1. É tão bom quando chegam essas datas, quando lembramos da nossa inocência, e de que tudo ao nosso redor era grandioso. Oh tempinho bom!

    ResponderExcluir