segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A melhor babá do mundo

Aproveitando o gancho da pessoa que 'causou' com o post-dica sobre como tratar as babás AQUI, e esse mundo feito de especialistas e caga-regras de tudo, registro:
- Aos 4 anos, quando morava em Florianópolis, meus pais 'adotaram', Zuleide. Era secretária da minha mãe e minha babá. Ela era adolescente e morava perto da nossa casa. Ela era como minha irmã mais velha. E seu eu contar que ela uma vez me deixou de castigo dentro de um banheiro com uns três caranguejos, enquanto eu fiquei sobre a tampa do vaso sanitário chorando desesperadamente, tenho certeza que meio mundo já teria condenado Zuleide aos infernos.

Ela era ótima, alegre e me amava. Tinha sim os maneirismos da adolescência, mas ajudou e muito minha mãe, recém refeita de uma gravidez complicada de minha irmãzinha. Ela foi quem me apresentou o fino da MPB, nas tardes em que passava roupas e eu ficava ao pé da mesa cantarolando Novos Baianos. Ela quem deixava eu calçar os tamancos plataforma, fazer Q-Suco nos copinhos de plástico e me acalmava de meus pesadelos depois de UltraMan.

Zuleide foi quem socorreu mais uma vez minha mãe, quando já morava em Curitiba e teve meu irmão. Cuidou novamente de mim e de minha irmã. Fazia nossos penteados, deixava nós brincarmos até os pinheiros (zona considerada perigosa na época) e que mais uma vez poderia se tornar motivo de acusá-la de relapsa.

E mais ou menos há 10 anos, não sei qual foi a forma, minha mãe ainda viva conseguiu contato com ela. E com sua filha pré-adolescente, ela veio nos visitar. Na mesa, eu já uma mulher, ela comenta: "E a Ronise ainda continua mandona?" - eu ri. Ela levantou e me serviu a coxa de frango... "sei que é a parte que você mais gosta". Sem dúvida, a melhor babá do mundo!

2 comentários:

  1. Que lindo! E pensar que existem pessoas que sonegam aventuras às pequenas criaturas desse nosso mundo de hoje. Bom mesmo era no meu tempo, quando a gente ia caçar/pegar passarinho nos "calipiá", andar de bicicleta até o outro lado da cidade pelo contorno em meio a caminhões; jogar bola na rua de paralelepípedo e às vezes estourar o dedão do pé; fazer estripolias aos montes como roubar peras ou ariticuns...
    pobres meninos de prédio que não sabem o significado de metade dessas "danações".

    ResponderExcluir
  2. Você escreve pouco aqui no blog,mas quando escreve faz belos textos.

    ResponderExcluir