quarta-feira, 6 de março de 2013

A morte de Chorão

Duas mulheres sentadas no ônibus.
Uma disparou: "você viu quem morreu?" - numa fração de segundos imaginei 'que legal, o povo comenta a morte de Chavez' - e a outra, "o carinha do Charlie Brown?" Dai eu fiquei de boca aberta e me aproximei.

A de olhos pintados de azul, modelo As Panteras da década de 70/80 perguntou:
- Morreu de quê?
- Drogas, só pode, disse a de cabelos presos.
- Esse povo tem que se drogar até morrer né? Usar uma coisinha de vez em quando não faz mal, mas sempre!
- É. Mas você já notou que pobre não morre de overdose?
- Verdade. Falou a pantera fake tirando um celular branco da bolsa.
- E essa lei que não permite você internar drogado? Só se a pessoa permitir. Avá! Quando que um noiado vai querer ser internado?
- Verdade. Repetiu a de sombra azul.
Desci do ônibus e comecei a cantar "Se não eu, quem vai fazer você feliz?
Se não eu, quem vai fazer você feliz? Guerra!" antes de postar a manchete do dia Chorão, do Charlie Brown Junior, é encontrado morto

Um comentário:

  1. Gosto do Charlie Brown Jr, muito por ser conterrâneo - a Praça Palmares onde eles andam de skate é pertinho de casa, na tríplice fronteira Macuco-Boqueirão-Embaré -, mas pelas músicas também. E o Chorão, apesar do jeitão adolescente mimado aos 40 anos, gostava porque era um embaixador de Santos. Mesmo não nascido na cidade, mas por nela ter se radicado, sempre fazia alguma referência à cidade, seja nas músicas, nos clipes, em entrevistas...

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