segunda-feira, 26 de abril de 2010

Eu acredito! Amém!


Sou genuinamente brasileira, moldada na educação católica, mas com pitadas de todas as crenças, inclusive com passagens de não crer em nada. Fui batizada na Igreja dos Capuchinhos, fiz Primeira Comunhão em União da Vitória ,crisma na Catedral Metropolitana de Curitiba, hoje Basílica. E a cada jornada, descobri que a fé é única, que as religiões ditam regras para cada vez mais, você ser culpado. Onde está a tão proclamada libertação da alma? É mais fácil acreditar que está no sexo, nas experiências lisérgicas e na abstração, do que em qualquer capítulo X, versículo Y.
Mas, confesso, sou uma personagem do Jorge Amado, envolta no sincretismo religioso da brasilidade. Depois de estudar em colégio de freiras e toda a educação católica que tive, fiquei totalmente descrente com 15 anos. E conheci várias religiões, entre elas, os mórmons (argh), testemunahs de jeová (irc) e algumas vertentes das ditas evangélicas (glup). Nada feito. Período resignado e conheci os bichos-grilos da minha vida: esoterismo. E por um bom tempo estudei a Wicca e me intitulava a new bruxa, fazia uns rituais lindos, mas nada parecido com Brida, ok?
Houve a história do meu acidente e frequentei uma igreja evangélica, da qual realmente eu curti, mas separava bem o que era minha fé e o que era o certo e errado da religião, até o dia em que fui num culto da libertação. O que era aquilo? Falavam línguas, o povo numa catarse coletiva e eu na minha. Três pastores se aproximaram e perguntaram se eu ouvia o chamado de Jesus. Peralá! Tinha acabado de sobreviver a um acidente automobilístico, eu estava a fim de ouvir Jesus me chama? Nem a pau!
Os "irmãos" queriam rodopiar minha cabeça, porém, eu não deixei e sai da igreja descrente mais uma vez.
Por mais um longo tempo, fiquei sem a luz, a qual considero importante para o autoconhecimento, para o amadurecimento do ser, equilibrar as mazelas e reconhecer as alegrias do viver. Nessa onda de paz, fui acometida por santos, sem nunca ter visto nada a respeito e tem mais picareta do que evangélicos. Esse capítulo eu passo, talvez um post futuro, com uma cabeça melhor. Estudos budistas também fizeram parte da trajetória, posso confessar que é o mais próximo e mais difícil de seguir, porque o princípio básico de aceitar as pessoas como elas são, não é para qualquer um.
Mas, na ausência da explicação do existir, eu me apego aos santos católicos, os que licito conforme a situação, sou bem devota da Madre Paulina e já paguei promessa, porque não é o rito católico, mas minha dedicação e disciplina em orar e exercitar a fé, dia-a-dia, para acalmar meu cão. E assim, acendo uma vela, um incenso, danço prá Lua e namastê!

5 comentários:

  1. eu tomei banho de sal grosso e acendi uma vela pro meu anjo. tudo antes das 18h, como a Cris me recomendou! heheheh

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  2. Eu também assumi que tenho um lado religioso que resiste, por mais racional que eu tente ser. Não me considero católica (nem batizada fui) mas gosto muito de rezar o salmo 23. Já quis rezar orações budistas, mas aquilo pra mim não fazia tanto sentido como o bom e velho Pai Nosso.

    Sobre o dom de falar várias línguas, soube que uma linguista (não sei da UFPR) fez uma pesquisa e mostrou que aquilo não tem estrutura nenhuma, logo, não pode ser uma língua e sim uma manifestação do inconsciente. Claro que eles detestaram....

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  3. E que assim seja! Saravá! Mesmo espírita kardecista praticante tb já bati a cabeça em td quanto foi religião possível e imaginável. E, até prova em contrário, estou feliz e satisfeita com a minha "kardebanda". E a vida continua. O que importa é a fé.

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  4. Tudo isso porque o homem vem intitulando deus na vida. Um deus assim, outrora assado, cheio de ritos, de dogmas e de culpas, como você bem postou.
    Faz parte crer como não crer. Orar ou ouvir música, o mais importante é a paz interior, pois exala a essência verdadeira de cada um: de dentro para fora.

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  5. DENISE - como diz o ditado, canja de galinha não faz mal a ninguém
    CRIS - sei da sua crença e o que importa é a fé :)
    CAMINHANTE - tudo o que remete ao espiritual nos fortalece
    ANÔNIMO - podecrê!

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