domingo, 16 de maio de 2010

Cai no buraco - Memórias alcóolicas


Já tratei em outro post sobre uma "obra" inacabada, na verdade destruída, chamada Memórias Alcóolicas, escritas na minha fase Bukowski, quando estudante de Jornalismo.
Neste fim de semana, depois de quase três anos de moderação de vida bandida, rata de boteco, bebi como nos velhos tempos. A diferença foi sem cigarros (uhu!) e os ambientes muito mais selecionados, porém, foi horrível relembrar a velha ressaca!
E com a bebedeira, retornaram lembranças da velha garota bukowskiana de Gross Point, Tenesse. Um raro sábado naquela cidade fui beber com Ciro, uma figura magricela, de passado glorioso como desenhista na Paulicéia. Fomos no vagão, um bar distante cem metros da minha kitinete. Éramos amigos recentes e resolvemos beber vinho. Muito vinho. Vinho tinto para aquecer a noite fria nos Campos Gerais. Chegou a hora da mágoa, de falar dos amores perdidos, da canalhice dos homens e das promessas que nunca mais seríamos vítimas deles.
Ciro ficava uma minhoca quando bêbado, deslizava. Pagamos a conta e decidimos ir embora. Três passos e ele simplesmente se estatelou no chão. POW! uma batida surda e algomerado para ajudar. Eu só conseguia assitir e chamei o dono do bar, que nutria por mim um amor platônico, ele levantou meu amigo, com sangue na boca e disse "pode ir que eu cuido dele". Ciro ria, ria e se acabava e me acenou semi-morto. Fui, com botas de salto venci três degraus e cheguei a calçada. Um buraco e um cartaz CUIDADO! OBRAS! Eu vi. Eu li. E eu cai. Cai no buraco. Uns três rapazes foram me socorrer. "Não preciso de ajuda!" esbravejei. Levantei, tirei a lama da calça e adivinhem? Cai no buraco de novo. Ninguém se atrevia a rir da bêbada brava, mas os rapazes foram lá e me tiraram educadamente, me levaram até a porta de casa. Nem lembro se agradeci. Só lembro ter acordado umas 12 horas mais tarde, com as botas e calças cheias de lama, os dentes roxos do vinho e uma dor de cabeça inenarrável. Ciro? Soube que continuou a noitada em outro bar, e em companhia que ele adorou!!!

5 comentários:

  1. Atire a primeira pedra quem nunca caiu num buraco depois de beber além da conta! Mas, minha fértil imaginação ficou aqui, vendo a cena. E ri sozinha.

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  2. A Cristinae tem razão, todo muito já caiu na valeta, fez seu vexame de bêbado, mas que a história está engraçada, isso está sim!

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  3. Nossa! Como eu dei risada com sua história! Fez eu relembrar algumas minhas! Cair no buraco duas vezes seguidas é coisa que fazemos só uma vez na vida! hahahaha! Ah, obrigada pelo coment no Elo, com certeza somos muito modernas, amigas virtuais! Bjsss =D

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  4. Por Deus q eu havia comentado, mas acho q não confirmei, então, vamos lá dinovo:

    Eu tb já caí em muitos buracos que tinham placa. Que li. Que vi. Especialmente buracos da vida, em que mãe, pai, amigas, tias e tdos gritam que estão ali e vc ainda insiste em cair neles!

    Adorei a história tanto por ser engraçadíssima quanto por me remeter à reflexão...

    Beijoooos

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  5. CRIS - OS BURACOS DA VIDA ESTÃO AI MESMO PARA A GENTE CAIR E LEVANTAR!
    ANÔNIMO - SIM, MEU DIA DE SARJETA
    LÁLIKA - QUE BOM QUE VOCÊ RIU, GOSTO QUANDO DIZEM ISSO DAS MINHAS HISTÓRIAS
    DRA DO AMOR - PENSO, LOGO EXISTO, OU DESISTO!

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