domingo, 30 de outubro de 2011

Da arte de aceitar as pessoas (7 bilhões) como elas são

Cada dia fica mais difícil cumprir o princípio básico do budismo e de repente, abraçar a religião. Isso porque aceitar as pessoas como elas são, assim, no seco, hum...acho que é inviável.
Se você resolve sair da redoma dos amigos de sempre e alçar novos voos, se depara com uma coisa fatídica no decorrer do período: ela te adora, mas não te convida; te admira, mas jamais casaria com um homem que você casou; acha você fashion, embora nunca usasse sequer a bota básica que você tem, além de achar absurdo você não ter TV a cabo, mesmo que você nem ligue a dita cuja, a não ser para ligar o DVD.
E o pior, as velhas amizades, apesar da distância e da falta da convivência de anos atrás, você sorri do mesmo jeito e a pessoa alega falta de tempo, problemas familiares e time na zona de rebaixamento. Ok. Também não estou em boas marés, mas, para um velho amigo, cinco minutos não vai me custar. O que recebo? Ombros.

Todo mundo resolveu se intitular sincero, estressado e injustiçado. Os sinceros precisam necessariamente ser grosseiros? Os estressados por qualquer buzinada que levam no trânsito ou a internet estar lenta? E os injustiçados, porque foram "vítimas" dos sinceros e estressados?

Em alguns minutos, seremos 7 bilhões no planeta e essa intolerância vai simplesmente se multiplicar. Pois cada vez a arrogância, a opinião própria e o desrespeito vai tomar conta da sociedade, que vai usar sinceridade, estresse e injustiça como muleta para não mudar absolutamente nada!
E ai, pessoas que se preocupam com isso nesse universo cheio de gente, são esmagadas como losers,esquisitos ou malditos do novo século.

Olha, saco cheio define!

5 comentários:

  1. Sim, querri. É todo mundo muito intenso e sincero, fala na cara, não esconde, todo mundo se pega pelos colarinhos. Como eu li outro dia, é muita pretensão achar que vamos destruir o mundo, o máximo que vamos conseguir é torná-lo inabitável para nós mesmos, e não tô só falando de ecologia.

    ResponderExcluir
  2. Acessei esse post por acaso e nesses acasos da vida, essa reflexão caiu como uma luva. Passo por processo semelhante de avaliação de conduta e questiono, incessantemente o que é certo ou errado. O que se deve aceitar ou lutar.
    E cada vez que faço isso, mais dúvidas eu tenho.

    ResponderExcluir
  3. Verdade, Ronise. As pessoas estão saturadas de ego, insalubres.

    ResponderExcluir
  4. A arte é saber respeitar a individualidade de cada um,em qualquer relação....Glaucio Elias

    ResponderExcluir
  5. Tem uma frase do Walter Benjamin que cai bem: "Na época de Homero, a Humanidade oferecia-se em espetáculo aos deuses olímpicos agora, ela se transforma em espetáculo para si mesma. Sua auto-alienação atingiu o ponto que lhe permite viver sua própria destruição como um prazer estético de primeira ordem".

    ResponderExcluir